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Dissecando Tarantino

 Finalmente, o retrógado mercado editorial brasileiro publica a primeira (e creio eu única até agora) obra teórica sobre Quentin Tarantino.
 O cara dispensa apresentações para qualquer um que curta e tenha um mínimo conhecimento sobre a sétima arte.
 "O Cinema de Quentin Tarantino" (Papirus Editora) redigido em alto nível pelo doutor em cinema (pela prestigiosa USP), cineasta e professor de direção em especialização em cinema  da Unisinos Mauro Baptista, apesar de curto (143 páginas) é bastante denso em informações e curiosidades sobre este singular cineasta americano, que consegue acasalar, sem nenhum conflito, cinema hollywwdiano blockbuster com as mais profundas raízes do cinema underground guerrilheiro. Qual outro diretor de cinema que você conhece que consegue arrastar astros milionários (como Brad Pitt e John Travolta), para filmes com repugnantes censa de violência explotation editadas dentro de complexíssimas e sofisticadas narrativas de cinema nouvelle vague?
   E Baptista consegue decodificar eloquentemente toda a emaranhada teia de influências e técnicas cinematográficas dos mais diversos estilos e nacionalidades que compõem os filmes de Tarantino e que graças a essas carcterísticas formam um das filmografias visualmente mais arrojadas e originais do cinema moderno.
  "O Cinema de Quentin Tarantino" não é uma biografia , tampouco um livro sobre fofocas de celebridades.
   Baptista se concentra unicamente no aspecto profissional deste grande cineasta, principalmente no âmbito técnico de sua obra, esmiuçando e se debruçando sobre cada aspecto do processo de filmagem de todos os filmes de Quentin Tarantino, de "Cães de Aluguel" (1992) a "Bastardos Inglórios" (2009) . Revelando curiosidades fascinantes para aqueles que querem penetrar a fundo tanto na mente apaixonadamente cinemática de Tarantino, quanto nas fascinantes técnicas cinematográficas. Um exemplo disto é quando Baptista revela que Quentin elaborou um visual tão rico e diversificado para "Kill Bill" (2003/2004), que o cineasta pensou primeiramente em contratar três iluminadores para fotografar a saga da "Noiva".
  O único porém do livro (creio eu que devido a problemas editoriais) é que, a partir de "Kill Bill", o autor aborda muito rapidamente o restante da obra do cineasta. Mesmo assim, consegue dar o seu recado a contento. No entanto fica no livro aquele velho sabor de "quero mais"
  Mesmo com este deslize, "O Cinema de Quentin Tarantino" é fundamental e imperdível não apenas para aquele  público que vê cinema  como um passatempo ou hobby, mas principalmente para os cinéfilos, aqueles que estão sempre ávidos por novas curiosidades e informações sobre todos os aspectos fílmicos em geral, como estudantes de cinema e pesquisadores da sétima arte.
  Basta agora torcer, para que as editoras brasileira invistam em mais obras teóricas não apenas sobre Tarantino, mas também sobre vários outros mestres do cinema mundial.

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